sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AMAZÔNIA – parte 2



BUROCRACIAS


Após minha decisão de servir como médico por um ano na Amazônia, seguiu-se a parte chata do processo: efetuar o voluntariado. Com inúmeras idas e vindas à junta de alistamento de Niterói (deveria ser esta devido ao fato de eu ter feito faculdade nesta cidade), consegui trocar o meu CDI (Certificado de Dispensa de Incorporação, ou algo do gênero) por um CAM (Certificado de alistamento militar). Paciência, fotos 3x4 e muitas cópias de documentos foram necessárias a partir de então. Depois todo o contato passou a ser feito diretamente no Palácio Duque de Caxias, no centro do Rio, em um departamento de Seleção Especial. Mais documentos, muitos cadastros e então a lista com diversas cidades no Amazonas para escolher passar um ano. Diversas cidades que eu nunca havia ouvido falar nem sabia informações nenhuma. Com uma ligeira pesquisa no Google e conversando com algumas pessoas dei um tiro meio na penumbra e escolhi a cidade para onde iria: Tefé, no Amazonas, que fica a uma distância de mais ou menos 36 horas de barco de Manaus subindo o rio Solimões. Todos me perguntam: “mas por que Tefé”? Na verdade não tenho essa resposta. Mas vou para Tefé, e seja o que Deus quiser! Todos os voluntários para as cidades na Amazônia, uns 10 mais ou menos, recebemos uma lista com o fardamento que deveríamos adquirir o mais breve possíveis pois embarcaríamos para Manaus no dia 06 de agosto para começarmos lá o nosso treinamento. Foi uma corrida para conseguir comprar todos os itens. Calça, camisa, gandola e gorro camuflados, coturno de selva, roupa para educação física, distintivos, emblemas... enfim, uma quantia considerável em roupas foi gasta nesta etapa, com o intuito de estar pronto o mais breve possível para o embarque. Comprei quase tudo em lojas de artigos militares que ficam perto do “Distrito Naval” no centro do Rio. Minha vida virou de pernas para o ar nesta etapa, afinal, eu tinha 2 semanas para largar tudo e passar um ano longe de casa. E tudo que eu poderia levar deveria caber em uma mala! Empacotei meu quarto, joguei muita coisa fora, deixei tudo acertado para só voltar daqui a um ano. Tive festa de despedida, dei adeus a muitos, abandonei meu plantão na clínica psiquiátrica onde trabalhava e estava à espera do dia marcado...

Foi quando na sexta-feira dia 31, às 8:30 da noite, o “Exército” liga para a minha casa solicitando que no dia 3 de agosto eu me apresentasse no CPOR do Rio de Janeiro às 7 da manhã. E assim eu fiz... (continua)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O EFEITO DAS DROGAS


(Vi no "Procurando Vagas")


No vídeo pode até parecer engraçado, mas na vida real o uso de drogas tem se tornado uma tragédia. Trabalhei em uma Clínica Psiquiátrica e eram inúmeras internações por dia de viciados em álcool, cocaína e crack, de todas as idades, ambos os sexos, todas as classes sociais, e muitos abrindo desde cedo quadros psicóticos graves, algumas vezes irreversíveis! Por isso, meus amigos, busquem diversão em atividades sem riscos para suas estruturas psíquicas e físicas, ok?

domingo, 9 de agosto de 2009

OPÇÃO




"Não lamente, caminhe"







(Fonte: Blog do Abade do templo Lo Han Ssu, Tue Ho Anselmo Bezerra)

AMAZÔNIA – parte 1



A PALESTRA DAS FORÇAS ARMADAS


No dia 18/05/09 eu e minha turma da faculdade de Medicina da UFF fomos convidados a assistir a palestra das Forças Armadas sobre a necessidade legal de todo recém formado em Medicina, Veterinária, Odontologia e Farmácia se reapresentar para regularizar sua situação junto à “nação”.

Quando fiz 18 anos me apresentei na Marinha e nunca tive a intenção de servir. Fui, felizmente, dispensado por “excesso de contingência” na época.

Estava lá no auditório ouvindo a palestra do Major, quando quase no final ele falou: “...e existe a possibilidade de voluntariado para servir na Amazônia”. Uma estranha sensação surgiu dentro de mim. Uma vontade de uma vez na vida sucumbir à uma aventura que me desviasse de tudo que eu vinha planejando. Recém formado, fazendo pós-graduação de Homeopatia, fazendo cursinho para a residência de Psiquiatria, dando plantões e atendendo ambulatório em uma clínica psiquiátrica... teria que abandonar tudo por um ano, sem falar em abandonar meu namoro, minha família, meus amigos, meus cachorros, minhas aulas de kung fu... tantos detalhes, tantas coisas! Minha cabeça tornou-se um turbilhão naquele momento. E o Major continuava: “vocês terão que passar por uma seleção, fazer um treinamento... não esperamos que vocês se tornem Rambos, mas precisam aprender a prestar uma continência, dar uns tiros, enfim, aprender um pouco sobre a vida militar...”.

E foi assim, após uma simples palestra, sem nunca ter cogitado isso, que decidi me voluntariar para ser médico do Exército por um ano na Amazônia.