domingo, 10 de julho de 2011

Há algum tempo eu escrevi um post chamado "Desonestidade no dia-a-dia".
Incrível como as pessoas em toda parte mantém atitudes desonestas a todo momento, em todos os lugares.

Outro dia fui comprar uma camisa que custava R$39,90. Entreguei R$ 40,00 para a vendedora. Ela pegou o dinheiro, se virou, e foi arrumar a bancada da loja. Eu continuei parado olhando para ela. Ela me olhou e perguntou se eu queria mais alguma coisa. Eu disse: "A blusa não custa R$39,90?" E ela, olhando para os R$40,00 em suas mãos me responde: "Tá certo por quarenta". E eu, bravo: "Desde quando 39,90 é 40?"

Em outra ocasião, num posto de gasolina, eu peço para colocar R$20,00 de gás no carro. O rapaz pára de abastecer em R$ 19,80... vem até mim, pega a nota de 20 e agradece.

Em um plantão que eu dou em alguma emergência do Brasil, o(a)s outro(a)s médico(a)s disputam quem atende menos, ou quem some mais do hospital. Eu atendendo feito um louco, quase perdendo a hora do almoço, almoçando em 15 minutos para voltar para o atendimento... uma das colegas sai da unidade para fazer compras, a outra desaparece, volta de cabelo molhado... Sem falar que ao chegar num determinado setor, descubro pacientes sem prescrição, sem serem vistos nas últimas 7 horas, sendo que neste intervalo 2 turnos de médicos haviam passado por ali...

Só acontece comigo?
Estou horrorizado.
Muita coisa acontece e nem podemos contar por razões éticas.

2 comentários:

Alexandre Andrioni disse...

Não, não acontece só com você! Será que chegamos ao ponto em que fazer o certo é errado? Sinto-me um mané rodeados por espertos...

Pim disse...

Ou um dos últimos remanescentes do povo ético e empático, Andrioni.

Isso não acontece só com você, Thi. Entretanto indignação como a sua só acontece entre aqueles que tem sensibilidade suficiente e olhos pra ver o que os cerca.

Não deixe o mundo mudar sua atitude. Mantenha sua postura (como sei que manterá) e faça sua parte.



"Era uma vez, um escritor, que morava numa praia tranquila, junto a uma colónia de pescadores. Todas as manhãs ele passeava à beira-mar, para se inspirar, e de tarde ficava em casa, a escrever.
Um dia, ao caminhar pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Quando chegou perto, era um jovem a pegar nas estrelas-do-mar que estavam na areia, uma por uma, e a mandá-las novamente de volta ao oceano.
- Por que é que tu estás a fazer isso? - perguntou o escritor.
- Você não vê? - disse o jovem. - A maré está baixa e o Sol está a brilhar. Elas vão secar ao sol e morrer, se ficarem aqui na areia.
- Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praia por esse mundo fora e centenas de milhares de estrelas-do-mar, espalhadas pelas praias. Que diferença faz? Tu atiras umas poucas de volta ao oceano, a maioria vai perecer de qualquer forma... .
O jovem pegou numa estrela na areia, atirou-a de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:
- Para esta, eu fiz diferença.
Naquela noite, o escritor não conseguiu dormir nem sequer conseguiu escrever. De manhãzinha, foi para a praia, reuniu-se ao jovem e juntos começaram a atirar estrelas-do-mar de volta ao oceano."