domingo, 3 de julho de 2011

Kung fu


Coração acelerado.
Olhando à volta, companheiros e amigos. À frente, meu Mestre, de olhar imponente, coração acolhedor.
Ajoelho-me. Ao sinal, inicio uma seqüência de movimentos. Pés, pernas, mãos, braços... todo o corpo em movimentos milimetricamente desenhados, em propósitos diversos: o condicionamento físico, energético, mental... o preparo marcial... e ainda por cima, a manutenção de uma tradição milenar. Ali, o conhecimento de centenas de anos se fazia presente. Resgatava-se a honra e os ideais de milhares, desde o Monge Dodhidharma, aos que o seguiram, aos que transmitiram seus conhecimentos até os dias de hoje. Além da condição humana, invocados os conceitos ancestrais, em cada posição, invocados também o espírito representativo de cada animal: dragões, cavalos, macacos, serpentes, panteras, leopardos, leões,  garças...  toda a energia da natureza presente, contemplada em alguns poucos minutos e movimentos.
Respiro fundo.
Retorno à consciência de onde estou e retomo meu lugar.
E outros antes e depois de mim continuam suas demonstrações particulares, revivendo a força do passado, modificando e fortalecendo seus conceitos íntimos, transformando para melhor sua maneira de ser e sua interação com seus mundos.

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